As irmãs Roseli e Florinda da comunidade nossa Senhora de Aparecida participaram no “Fórum Nacional de Atuação Profética Missionária da Vida Religiosa” de 06 a 09 de setembro em Belo Horizonte, com a assessoria de Ir. Mercedes Lopes e da Equipe de Reflexão Missionária da CRB (ERM).
Estiveram presentes
Religiosos das diversas regiões do Brasil: Centro Oeste (Brasília e Goiânia), Sul
(Paraná, Porto Alegre e Santa Catarina), Nordeste (Fortaleza, João Pessoa, Teresina
e Salvador), Sudeste (Espírito Santo, Minas, São Paulo e Rio) e Norte (Manaus,
Acre, Belém, Porto Velho, Tabatinga), que atuam em diversos campos de missão
pastoral: Erradicação do Tráfico de Seres Humanos, Pastoral dos Migrantes,
Indígenas, quilombolas, Pesqueiros, Periferias e Fronteiras, Economia Solidária
e Educação Popular, População de Rua, Ocupações Urbanas, Pastoral da Criança,
Assentamento MST, Mulher em situação de prostituição, Irmãs que trabalham no
Haiti, dentre outros.
Irmã Roseli relata
como foi:
“O dia 07 de
setembro foi chamado o “dia do grito” e fomos convidad@s a entrar em comunhão
com todo o povo brasileiro que deu seu grito nas diversas manifestações pelo
país, no 18º Grito dos Excluídos “Queremos um Estado a serviço da Nação, que
garanta direitos a toda população!”. Grito que vem dos mais necessitados e
excluídos, com os quais trabalhamos em missão, e também fomos chamados a ouvir
esses clamores que brotam do silêncio das realidades de marginalização e
exclusão.
Neste
dia Ir. Mercedes nos ajudou a resgatar Jesus histórico – O rosto humano de Deus,
nos convocando a prestar atenção nos gestos de ternura de Jesus em diversos
textos bíblicos que nos deixa transparecer o rosto humano de Deus. Recordou que
Deus escreveu dois livros. “O primeiro livro não é a Bíblia, mas sim a criação,
a natureza e a vida. É pelo livro da vida que Deus quer falar conosco. A Bíblia
foi escrita para nos ajudar a entender
melhor o Livro da Vida e descobrir nela os sinais da presença amorosa de Deus e
para nos ajudar a escutar os gritos da vida ameaçada. É a contemplação
sapiencial da realidade.”
Na parte da tarde, padre Estevão da ERM nos fez refletir sobre o discipulado missionário. Ele parte a sua reflexão do mandato missionário: “Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem discípulos.” (cf. Mt 28,19). Recordando que a “montanha” neste texto citado, indica não só um lugar geográfico, mas, um percurso espiritual de elevação, ascensão e transcendências e kénosis. Portanto, a missão não é fazer coisas, mas é fazer discípulos. “Missão é uma questão do coração”.
Depois, padre Julio
deu sequência repassando o Congresso Missionário Nacional, no qual aconteceu um
mutirão da vida religiosa consagrada, refletindo sobre o discipulado
missionário da Vida Consagrada no contexto do secularismo e pluralismo cultural.
Finalizando o dia com Ir Inês retomando sobre a missiologia nos dias de hoje.
O Segundo dia foi
chamado de “dia do mutirão”, trabalhamos durante o dia em três oficinas
diferentes. Vida Religiosa, Intercongregacionalidade e missão; Vida Religiosa,
Redes e Parcerias; e direitos das pessoas em vulnerabilidade. Finalizamos este
dia com a partilha das diversas experiências de missão em fronteiras.
O terceiro dia foi
“Voltar para Galiléia” – do agir local para a missão global. Neste dia foram
feitos os encaminhamentos que surgiram durante as oficinas e o fechamento das
reflexões: compartilho a reflexão final de Irmã Mercedes: “Olhar para Jesus de
Nazaré, rosto humano de Deus, fez arder nosso coração, nutriu nossa esperança,
inspirou novos passos na realização
de projetos já iniciados e nos deu coragem para assumir urgentes desafios.
Olhando para Jesus de Nazaré, que vive na intimidade com Deus, manter lâmpadas
acesas, beber da fonte, retomar o foco, formar parcerias, correr riscos em
vista da missão, do essencial (Mt 25).”
Isto pede de nós viver em constante processo de Conversão:
Isto pede de nós viver em constante processo de Conversão:
- encontro surpreendente com Jesus, em sua humanidade,
- terna e solidária proximidade com os pobres,
- contato permanente e orante com a Palavra de Deus,
- deixar tudo, romper fronteiras internas: esvaziar-nos,
- ver os pobres, as pessoas, a vida com o olhar de Deus,
Encerrando, com um trecho de um texto de Padre Alfredinho:
“O deserto pode ser florido; a
solidão, povoada; e o porão, o lugar mais rico da casa. Tais rebentos rompem o
asfalto, a pedra e a indiferença urbana, gratuitamente ou quando organizados,
abrem horizontes de esperança para uma sociedade renovada!”
“ESTA NOVA MANEIRA DE SER MISSIONÁRIAS TEM UM ROSTO
CARACTERÍSTICO: TEM O ROSTO FEMININO
E LAICAL. Não hierárquico, é o rosto da missão que está e vive em todas as
FRONTEIRAS, EM TODAS AS GALILÉIAS.”
Após
todos os encaminhamentos e considerações dos assessores, finalizamos com uma
celebração Eucarística.
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