A Igreja é, sem dúvida, o lugar da Oração dos vocacionados!
Por este viés propomos, como ponto de partida, a espiritualidade vocacional, conforme lemos na mensagem do papa emérito Bento XVI, na ocasião do 2° Congresso Latino-americano de Vocações ocorrido na Costa Rica, em 2011. Nesta mensagem, Bento XVI, destaca “ a importância do cuidado da vida espiritual no cultivo das vocações” (cf.: Documentos Conclusivo do 2° Congresso Latino-americano de Vocações, p. 10).
A imagem da “Casa”, numa concepção paulina, é um lugar estável onde a família se reúne para oração, a partilha do pão e a caridade. Dentro deste conceito paulino, a casa é, antes de tudo, Igreja Doméstica- “comunidade de comunidades” (cf. Documentos da CNBB, 100, edições CNBB, n° 99, p.51).
O “Rosto da Palavra” leva a criar intimidade com Aquele que chama pelo nome. “É o passo para a liberdade de escolher o próprio caminho... passo que somente pode dar quem aprende a ser contemplativo em seu viver diário.” (Cf. Documento Conclusivo, p.37).
No entanto, os vocacionados devem encontrar na igreja – Casa da Palavra – o sinal visível de uma espiritualidade vocacional. As pastorais, os movimentos eclesiais e grupos afins devem tomar consciência de que “toda espiritualidade Cristã é vocacional”, de que a Igreja é a casa de oração dos vocacionados. Uma comunidade vocacionada, ministerial e servidora que conduza todos os vocacionados a “rever o caminho, redescobrindo novas formas e expressões de espiritualidade... uma identidade discipular e missionária que ajude a recuperar o profetismo e sua atração” (idem, pp.37 e 38).
O tempo dos vocacionados é agora, na comunidade que reza, que testemunha e que atrai outros para o seguimento. Isto implica numa sensibilidade pastoral que tenha como sustento da fé uma espiritualidade que leve os vocacionados ao “encontro pessoal e comunitário com Jesus Cristo, e a assumir e impulsionar uma formação discipular e missionária, integral e contínua” (idem p.38).
Que as nossas comunidades paroquiais descubram esta pérola e proponham atividades vocacionais nos vários âmbitos da pastoral de conjunto como, por exemplo, ao menos um retiro espiritual anual para as suas lideranças e seus jovens, com temática vocacional, como nos ensina o Concílio Vaticano II em seu decreto Optatam Totius, na segunda parte: “haja empenho em fomentar as vocações. Nisso têm grande peso as famílias cristãs, as paróquias... “. Por fim, a Igreja “é a casa-comunidade onde os vocacionados se encontram. O chamado é para todos. É vocação para todos...” (cf.: Documentos da CNBB, 100, edições CNBB, n° 171, p.80).
É hora de interrogar-se: Qual vocação? Que caminho seguir? Que ministério e serviço assumir?
Texto com adaptações
Autor: Pe. Geraldo Tadeu Furtado, RCJ
Fonte : Revista Rogate- novembro de 2015
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