A eleição do novo papa atraiu a atenção das
juventudes.
No jornal “O São Paulo” de 4 a 10/06/2013, padre
Alfredo José Gonçalves,
na seção Fé e Cidadania nos ajuda a refletir a importância
da existência de boas referencias para os jovens.
na seção Fé e Cidadania nos ajuda a refletir a importância
da existência de boas referencias para os jovens.
Por isto decidimos compartilhar com você!
Desfrute deste texto! Boa Leitura.
"A praça de São Paulo vem sendo cada vez mais concorrida após
a eleição do atual papa. Tanto nas audiências com o pontífice quanto na oração
do Ângelus, contam-se às dezenas de milhares o número de presentes. Entre estes,
porém o que mais impressiona é a quantidade de jovens e adolescentes.
O que os atrai e o que buscam? O certo é que na fase da adolescência e da juventude, todo ser humano necessita de referências para acertar o passo. Com o colapso das ideologias da modernidade e o advento da fragmentação na pós-modernidade, caiu-se na “era do vazio” (Lepovetsky). O pensamento forte e sólido, mas também total e totalitário, deu lugar ao pensamento fragmentado ou “líquido” (Bauman).
Nessa transição, os adolescentes e jovens em especial, que
buscam forjar e firmar sua identidade, sentem-se meio órfãos, sós e perdidos.
Por mais rebeldes que sejam, anseiam por um farol que os guie na noite escura,
por uma palavra amiga, por alguém que os compreenda e ajude. A família, a
escola, e muitas vezes a Igreja, não conseguem dar conta de tamanha
expectativa.
Em tal vazio de sentido e de orientação, surge o fascínio
pelas celebridades: do esporte, da moda, da música, do cinema... Essas, de
alguma forma, assumem o papel de pai, tio ou companheiro, conferindo algum rumo
à existência. Num universo privado de referencias morais e éticas, os
comportamentos exóticos e, às vezes, bizarros acabam exercendo grande sedução.
No fundo, há uma sede e uma conseqüente busca pelo
significado profundo da vida humana. Sede e busca que vão além dos bens
materiais, da riqueza e do sucesso, do ter e do poder. Em termos místicos ou
espirituais, trata-se de responder ao chamado de uma existência que para ser autentica,
deve ser vivida em intensidade. Numa palavra , um chamado à verdade e à
felicidade.
A grande lição do papa Francisco é que a verdade e a
felicidade não nascem no terreno complexo do racionalismo, embora deva contar
com a razão. Não crescem no labirinto das pesquisas sofisticadas, apesar de
necessitar do estudo. Verdade e felicidade são simples como a luz do sol, o
canto da água que desliza, a voz dos pássaros, o sorriso aberto das crianças, o
olhar dos que se amam, a beleza da flor , o beijo, o abraço, o toque... ou as
palavras e parábolas de Jesus.
O gesto e a presença amiga do papa Francisco tocam mais ao
coração e á alma do que tantos discursos rebuscados. Eis uma linguagem que
todos entendem, particularmente os jovens e adolescentes em busca de uma
estrela que lhes aponte o rumo da vida."
(Jornal O São Paulo - 4 a 10 de junho de 2013).
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