A surpresa de Deus
Saulo estava vivendo a vida da
maneira como ele tinha sido criado. Fariseu, culto, profundamente devoto dos
mandamentos do Senhor. No mundo desse personagem a religião cristã era uma
seita, algo que deveria ser contida antes que pudesse causar maiores estragos.
Saulo era zeloso nesse trabalho e assim ia para Damasco buscar cristãos para
que os possam prender. Nem imaginava ele o que aconteceria às portas da cidade.
“Quando Deus nos surpreende, percebemos que muitas das coisas nas quais
colocamos nossas seguranças não são tão seguras assim".
Também hoje Deus continua atuando
assim. Todos nós vivemos a vida da maneira que achamos melhor, da maneira que
aprendemos de nossos pais, da nossa cultura. Mas Deus interfere nessa história.
Chega sem avisar e também nos derruba dos nossos cavalos, das nossas
seguranças, dos nossos costumes. Nos faz ver que o que estamos fazendo não é,
muitas vezes, o melhor que podemos fazer com a nossa vida, não é o que Ele
tinha pensado para nós.
O Papa Francisco já falou em
várias ocasiões que precisamos deixar-nos surpreender por Deus. O que significa
isso? Imagino que é abrir o coração com sinceridade para aquilo que Ele possa
estar falando. Não ter medo de responder ao chamado a uma vida consagrada por
exemplo, ou pelo menos abrir-se a possibilidade de que Deus poderia estar te
chamando a algo diferente. Significa deixar as amarras do amor próprio
desordenado para entregar-se ao amor de Deus, o único que pode dar o sentido
que precisamos para as nossas vidas.
A Crise
Cair do cavalo dói. É uma queda e
tanto. Quando Deus nos surpreende, percebemos que muitas das coisas nas quais
colocamos nossas seguranças não são tão seguras assim. Na medida que entendemos
que a única rocha sólida é Cristo, percebemos que as riquezas, os prazeres
fúteis e o poder que muitas vezes desejamos não passam de uma falsa impressão
de segurança.
O que podemos fazer é não ficar
caídos no chão. Talvez possamos ficar atordoados por um tempo como Paulo, pode
parecer que ficamos cegos e já não temos mais para onde ir. Mas se fazemos
silêncio, escutamos a voz de Deus que nos mostra o caminho que Ele quer para
nós a partir da crise.
A rendição
Depois de toda essa experiência,
Paulo entende que o único que pode fazer com que sua vida seja melhor é o dono
dessa voz que lhe está falando. A ela se rende quando pergunta: “Senhor, que
devo fazer?” A partir de então já não viverá para si mesmo, mas para cumprir o
plano que Deus lhe revelou.
Em nossas próprias vidas chega um
momento que precisamos dizer um SIM forte e generoso a Deus. Um sim como o
de Maria, que seja para a vida toda. Depois da surpresa e da crise, precisamos
eleger conscientemente um novo caminho. O caminho que Deus nos está
apresentando para viver daqui para frente.
Que nesse dia em que celebramos a
conversão do Apóstolo Paulo, possamos deixar-nos surpreender por Deus, passar
bem pela crise que isso provoca e dizer também: “Senhor, que quer que eu faça?”.
Ir. João Antônio Johas Leão
Fonte: A12.com (2015)
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