quinta-feira, 2 de novembro de 2017

A Espera no Redentor

Celebrar finados não é chorar a perda daqueles e daquelas que partiram deixando saudades, muito menos vazia lembrança de pessoas que já estiveram entre nós. Finados é celebração de esperança, oração por aqueles que estão redimidos, força para o nosso desejo de encontro com o Redentor de toda história. 

Finados deve ser o dia do encontro. Primeiramente, encontrar com os que aqui estão: nossa família, amigos, companheiros de trabalho e saber que caminhamos  juntos e juntas. Os que ainda lutam neste mundo precisam unir suas mãos. Em segundo lugar, o encontro deve ser consigo mesmo; deparar-se com o medo real da morte e também com a fé na ressurreição, sabendo que nossa vida não é apenas temporal, mas alcança a plenitude dos tempos. E, em terceiro lugar, de forma alguma menos importante, o encontro deve ser com o Cristo Redentor de nossa vida. Perceber Nele a razão da existência e sentir que Nele estão as respostas de tantas perguntas construídas ao longo de nossos anos.

Todos os ritos que vivemos no dia de Finados e nos momentos da perda de alguém querido devem nos conduzir à esperança. Vazia seria nossa fé se não acreditássemos na Vida Sem Fim. Nosso difícil recordar, nosso choro, as flores, os cantos, as velas, as orações... tudo deve ser testemunho de um amor eterno. Assim, não há limites para o amor, não há reservas em amar alguém, não há barreiras para perdoar o outro, nem há razão para desistir da felicidade: as sementes que lançamos aqui, desde pequenos a grandes gestos, alcançam muito além dos nossos dias terrenos. Precisamos entender a vida assim: semente lançada almejando frutos eternos. O tempo não para. Mas o tempo Kairós, tempo de Deus, além de nós mesmos e dos limites do mundo, não ficará no passado, sempre estará no futuro.

Texto de: Ederson Rodrigo de Andrade – Redentorista, com adaptações.

Ao final deste texto lembramos das nossas irmãs que já repousam seu coração no Eterno Amor, à elas a nossa gratidão pelos exemplos que nos deixaram para que possamos ser doadores de vida e testemunhas vivas da espera no Redentor.



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