O domingo dentro da oitava do Natal é marcado pela celebração da Solenidade da Sagrada Família. Essa celebração insere os fiéis no mistério do plano salvífico, visto que “o matrimônio e a família constituem um dos dons mais preciosos da humanidade” (“Familiaris Consortio” 1). A família de Jesus é o protótipo e o paradigma para todos os lares, pois foi escolhida por Deus Pai para a missão de acolher o seu Filho feito homem. Contemplando a vivência da família de Nazaré, se desvela para todos o sentido verdadeiro das relações de responsabilidade, de paternidade e maternidade, de filiação e de fraternidade. O Evangelho proclamado na eucaristia dominical desta solenidade, apresenta duas importantes características da família do Senhor: a sua vivência da fé e do amor.
É perceptível o clima de amor e de cuidado entre os membros da Família Sagrada. Diante do episódio da perda de Jesus no Templo, a voz de Maria ressoa terna e doce para Jesus – “Meu filho, por que agiste assim conosco?” - e revela a preocupação dela e de José pelo menino – “Olha que teu pai e eu estávamos angustiados, a tua procura” (v.48). Por sua vez, o adolescente Jesus é apresentado como “obediente” aos seus pais (v.51), mas sem deixar de ser zeloso pelas coisas de seu PAI DO Céu (v.49). A segunda realidade paradigmática da família de Nazaré é a sua vivência do amor. O ser humano, criatura do Deus-amor, se desenvolve plenamente na medida em que se torna capaz de amar – doação total de si (física, emocional e espiritualmente), de forma livre e consciente, em direção à outra pessoa. A família é primeira comunidade de amor e por isso, uma escola de humanidade (cf. “Gaudium et Spes” 52).
No seio familiar, a pessoa faz as suas primeiras experiências como alguém que é amado e é capaz de amar, experiência fundamental para suas futuras relações sociais e eclesiais. A beleza da vida familiar é um anúncio urgente para a humanidade. Diante de tantos desafios encontrados pelo homem e pela mulher para desenvolverem sua vocação ao amor conjugal e de tantas vozes negativas sobre a experiência familiar, a comunidade eclesial precisa estar sempre atenta para acompanhar as famílias em suas alegrias e em seus gramas cotidianos. A pastoral da Igreja é chamada a proclamar o dom da vida familiar, lugar da experiência de fé e de amor, verdadeira escola de humanidade, fraternidade e santidade na esteira da Sagrada Família.
Texto com adaptações
Fonte: Jornal Testemunho de fé – Dez e Jan de 2016.
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