O Dia Nacional da Mulher foi instituído pela Lei Nº 6.791/1980, entrando em vigor a partir da data sua
publicação e revogando as disposições
em contrário. Em seu Artigo 1º estabelece que deve ser
comemorada anualmente no dia 30 de abril
do calendário oficial, tendo como objetivo estimular a integração da mulher
no processo de desenvolvimento.
Percebe-se que esta é uma data que passa despercebida
para a maioria da população brasileira, entretanto, cabe destacar que foi
escolhida para homenagear o dia do
nascimento de Jerônima[1]
Mesquita, a qual foi enfermeira voluntária da Cruz Vermelha de Paris e da Suíça
na I Guerra Mundial. Em seu retorno ao Brasil participou da fundação da Cruz
Vermelha nacional, organização que dava assistência aos doentes e refugiados,
pequenos jornaleiros (entidade para meninos órfãos ou carentes) e da Pró-Matre (instituição para
gestantes carentes).
Jerônima Mesquita Imagem: Google |
Jerônima foi fundadora da Associação das
“Girl Guides” do Brasil, posteriormente sendo chamada de Federação de
Bandeirantes do Brasil. Em 1919, a proposta do Movimento Bandeirante foi de
promover uma educação pioneira, por refletir na importância da mulher em assumir
um papel mais participativo nas mudanças sociais.
Constituiu também a Federação Brasileira
pelo Progresso Feminino (FBPF) e no ano de 1922 foi uma das pioneiras na luta
pelo avanço feminino. Em sua jornada como militante teve uma participação ativa
no movimento sufragista de 1932, data marcada pela conquista feminina, após
muitos anos de reivindicações e discussões ao direito de votar e serem eleitas
para cargos no executivo e legislativo, aproximando da igualdade aos direitos
dos homens.
Dois anos mais tarde, em 1934, Jerônima com
outras militantes: Bertha[2] Lutz e Maria Eugênia[3] publicaram o chamado
“Manifesto Feminista” destinado à nação, ou seja, à população brasileira, cujo
conteúdo do texto entre outras coisas, estava a luta do movimento pelo fim da
injustiça e desigualdade social vivenciada pelas mulheres.
Portanto, o Dia Nacional da Mulher (30/04)
representa as lutas e conquistas não somente de Jerônima Mesquita, mas de um
grupo de mulheres que tinham um olhar para além dos tempos de sua época,
pessoas que se entregaram aos sonhos de um país aonde homens e mulheres, apesar
de suas diferenças biológicas, teriam igualdade de direitos pertinentes às
características semelhantes entre ambos.
Sites
consultados:
[1] Jerônima
Mesquita (1880-1972), sufragista e assistencialista.
[2]Bertha
Lutz (1894-1976), bióloga, ativista feminista e política paulista
(www.sohistoria.com.br/biografia/berta)
[3]
Maria Eugênia Celso Carneiro de Mendonça (1886-1963), jornalista, escritora,
poeta, teatróloga e sufragista (peregrinacultural.wordpress.com/2010/03/29/bolinhas-de-gude-poema-infantil-de-maria-eugenia-celso/).
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