terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Jesus o presente do Pai

Um convite para você: vamos olhar não só isto, vamos contemplar o presépio. Pode até parecer algo pouco adulto, pois, se somos cristãos, somos capazes de contemplá-lo. Mas será que é assim mesmo?Não podemos ter medo da ternura de Deus nem receio de contemplar a beleza de um Deus que se dispõe a encarnar-se no meio de nós. A realidade do presépio fascina toda a humanidade, e não há quem não sei deixa contagiar pela “cálida corrente de amor que inunda toda a terra”, no dizer que Edith Stein. Porém, prepara-se para a festa, estruturar-se humanamente é uma coisa, e se deixar guiar pela Estrela de Belém é outra coisa muito diferente. Aquele que se encarnou de modo simples, porém tão profundo e tão sublime, interroga-nos: “Como podemos ser tão amados assim por um Deus?” Do presépio nos vem um convite, silêncio como a brisa leve da manhã: “Segue-me!” “Isto nos faz tomar uma decisão: a favor ou contra Ele. Quem não é Ele, é contra Ele.

Na noite santa e silenciosa do Natal, há o canto dos Anjos glorificando o Pai e a alegria dos Pastores que encontram agora o Pastor verdadeiro das ovelhas, mas logo vemos não o branco da alegria, mas o vermelho do sangue, da recusa do projeto divino, com a morte dos inocentes e de Estêvão. Nem todo são filhos da Luz e para este o Príncipe da Paz traz a espada e lhes é pedra de tropeço. Quanta ambição, quanto desejo de poderio e dominação. Ontem e hoje! 

O convite para o seguimento dele é exigente, mas é também o abraço no maravilhoso intercâmbio entre Deus e o homem, entre o Céu e a Terra. É grande o mistério do Natal, pois o Criador da humanidade nos dá, assumindo um corpo, a sua divindade! Enche de vida divina nossa vida humana! Ele se fez Homem, criatura humana, para que nos tornássemos verdadeiramente filho ou filha do Pai do Céu.

“Segui-lo” é dispor-se a andar pelo caminho que conduz a Belém e ao monte do calvário. O projeto divino nascido na periferia de Belém concretiza-se plenamente no alto da cruz. É encarnação ao extremo. É o ápice para o novo nascimento na ressurreição. 

Não compreenderemos o mistério da encarnação de Cristo nem o convite dele: “Segue-me”, se não entrarmos na eternidade de Deus, se não penetrarmos aqui e agora esse mistério inefável. Quem não entra na eternidade de Deus, presente de modo tão humano no presépio, também, não responde ao seu chamado: “Segue-me!”

Eis a proposta do Natal. Deus nos presenteou com seu amor feito carne: Jesus! Agora a resposta ao seu convite é minha e sua. Como vamos responder? Anto e Feliz Natal pra você!

Pe. Ferdinando Mancilio, C.Ss.R. 
Revista de Aparecida - 2015

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