segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Chamados a ser livres para amar

É do amor de Deus, difundido em nossos corações, por meio do Espírito, que a comunidade religiosa se origina e por ele se constrói como uma verdadeira família reunida em nome do Senhor.” (A vida Fraterna em Comunidade I, 8).

A liberdade e o amor são duas palavras fundamentais quando falamos sobre vocação. Toda vocação nasce de uma relação, de um chamado e de uma missão. Não existe nenhuma vocação que não contenha em si esta experiência de encontro e entrelaçamento entre o querer amoroso de Deus e o vocacionado. Se toda vocação nasce a partir da iniciativa divina, o vocacionado é chamado a reproduzir no mundo os mesmos gestos de amor, misericórdia, acolhida, fraternidade, justiça e paz do próprio Deus. A vocação do profeta Jeremias deixa bem clara a ação de Deus como anterior a qualquer iniciativa humana e como base fundamental que possibilita ao discípulo a experiência do amor gratuito e livre.

O chamado de Deus a toda pessoa humana é pleno de liberdade e de amor, de modo que, a vocação está imersa na capacidade de reconhecer-se através de gestos concretos de doação de si. Assim, todo vocacionado é chamado a perceber que sua verdadeira identidade encontra-se na disposição corajosa de sua vida e na capacidade de entregá-la por causa do Reino de Deus. Sair de si mesmo constitui um trabalho fundamental para quem deseja seguir a Cristo e ser seu discípulo.

O convite de Jesus é um apelo à experiência da fé. Nesta dinâmica, a vocação cristã é “deixar-se a si mesmo, sair da comodidade e rigidez do próprio eu para centrar a nossa vida em Jesus Cristo; abandonar como Abraão a própria terra, pondo-se confiadamente a caminho, sabendo que Deus indicará a estrada para a nova terra” (Mensagem do Papa Francisco pelo Dia Mundial de Oração pelas Vocações).

A confiança discipular conduz cada vocacionado a ir além de si mesmo e assumir no mundo uma vocação específica, seja ela para a vida matrimonial, sacerdotal, religiosa, leiga e missionária. Em toda vocação, a felicidade encontra-se no fazer-se servo, irmão e próximo de cada pessoa e de todas as coisas criadas. 

Deste modo, a vocação de um modo geral passa pelo exercício de ser no mundo,  testemunha de Jesus Cristo como servo/a de toda criatura através da oração, do serviço aos mais necessitados, da fraternidade e do anuncio da paz e do bem em todos os lugares do mundo. 

Texto com adaptações.
Frei Willian Gomes Mendonça OFMCONV. 
Jornal Testemunho de fé 2015

Nenhum comentário: