terça-feira, 31 de maio de 2016

Fundação da 1ª Casa de Acolhida das Irmãs Oblatas do Santíssimo Redentor

A Congregação das Irmãs Oblatas do Santíssimo Redentor, celebram no dia 1º de junho, 152 anos da fundação da primeira casa de acolhida para as mulheres. 

O local escolhido foi uma casa numa vila de Ciempozuelos, que fica próximo a Madrid, Antonia (que ainda não era Madre) alugou a casa de uma senhora  chamada  Ana de Solís. A casa era bem simples, e tinha muitos consertos a serem realizados, para que tudo ficasse em perfeito estado, e assim receber bem as mulheres. Enquanto Padre Serra cuidava da parte burocrática para oficializar a casa perante as autoridades civis e a diocese, Antonia colocava mãos à obra para conseguir realizar os consertos e outras coisas que a casa necessitava.

Sustentada pela grande fé que tinha, procurou ajuda e pediu doações nos comércios locais, e aos poucos com muito apoio, e com o suor de seu trabalho conseguiu finalizar a reforma e receber as mulheres. A data escolhida foi 1º de junho era muito importante para Antonia, pois recordava um momento especial na vida dela que era sua primeira Eucaristia.

Fonte: P. Antolin Pablos Villanueva - 
La Madre Antonia de La Misericórdia, Madrid 1925.



segunda-feira, 30 de maio de 2016

Vamos Refletir


Louvando a Mãe Maria

Colo de Mãe - Tony Allysson

Mãe,
Preciso aprender a caminhar contigo,
Me ensina a guardar o que ouço em meu coração,
Me silenciar.

Mãe,
Ensina-me a ficar aos pés do teu filho.
Mesmo na dor, mesmo no peso da cruz,
Ensina-me a olhar ... nos olhos de Jesus

Hoje eu preciso do teu colo de mãe,
Do teu amor de mãe,
Do teu carinho, da tua intercessão.

Preciso descansar em teu colo
Onde eu encontro efusão.

domingo, 29 de maio de 2016

Reflexão do Evangelho (Lc 7,1-10)

Jesus e a fé de um estrangeiro.

Deus encarnou-se em Jesus de Nazaré. Fez sua morada no meio da humanidade. Solidarizou-se com as vítimas do sistema religioso de pureza organizado pela casta sacerdotal do templo de Jerusalém. Em vez de promover a abertura universalista segundo a vocação que Deus dera a Israel, a elite religiosa fechou-se em suas concepções de pureza e impureza, mantendo o povo sob o jugo de um emaranhado de leis.

A prática de Jesus, porém, não corresponde à doutrina disseminada pelos doutores da lei. Enquanto estes consideram os pobres e estrangeiros como impuros e excluídos do povo santo de Deus, Jesus promove a vida sem exclusão, como se constata no relato evangélico deste domingo. Um centurião romano dirige-se a Jesus, cheio de confiança, para fazer-lhe um pedido a favor de um servo. Os centuriões normalmente não eram bem-vistos pelos judeus. Representavam a opressão que o império romano exercia sobre o povo. Aquele centurião, porém, sabia manter boas relações com a população de Cafarnaum e manifestava simpatia pela própria religião judaica. Não só construiu uma sinagoga, mas interessou-se pelo que diziam de Jesus.

Este centurião, segundo o Evangelho de Lucas, não vai pessoalmente ao encontro de Jesus. Envia anciãos judeus para fazer-lhe um pedido. Na versão de Marcos (8,5-13), é o próprio centurião que se dirige a Jesus. Temos a impressão de que Lucas enfatiza a consciência de “indignidade” manifestada
pelo centurião diante da grandeza do nome de Jesus que ele ouvira falar. O centurião representa aqui o povo gentio. A mediação dos anciãos judeus resgata a vocação de Israel de promover a inclusão também dos estrangeiros na graça libertadora de Deus. A missão de Jesus não se restringe ao povo de Israel. Ele veio para todos. Tem o coração aberto para acolher e valorizar o testemunho de amor, de humildade, de respeito e de fé dado por um estrangeiro.

Testemunho de amor porque o centurião manifesta cuidado pela vida de um servo; de humildade porque se sente indigno de achegar-se a Jesus; de respeito porque sabe que um judeu ficaria impuro se entrasse na casa de um pagão; e finalmente o testemunho defé porque, a partir de sua própria experiência de obedecer e de dar ordens, reconhece o poder das palavras. Pelo que ele ouviu falar
de Jesus, tem certeza da eficácia de suas palavras. Jesus impressiona-se com a atitude daquele centurião. Volta-se para o povo e declara: “Em verdade vos digo: nem mesmo em Israel encontrei tamanha fé”. O texto enfatiza a importância da Palavra de Jesus. As comunidades cristãs, organizadas
após a morte e a ressurreição de Jesus, alimentam-se essencialmente da Palavra.

“Dize somente uma palavra e meu servo será curado”. As comunidades de fé e de amor são o novo templo, o lugar da presença libertadora de Jesus. Nelas não pode haver discriminação de pessoas. Judeus e estrangeiros são igualmente portadores da boa notícia da vida em plenitude. É missão dos cristãos difundir o Evangelho pelo mundo afora. Lucas vai dedicar-se, no livro de Atos dos Apóstolos, a mostrar a trajetória da Palavra “de Jerusalém aos confins do mundo” (At 1,8). A Palavra
que liberta não tem fronteiras. Não é um sistema religioso nem os laços de sangue que determinam a pertença ao Reino de Deus, e sim a prática da justiça, como vai expressar o apóstolo Pedro na casa de outro centurião, chamado Cornélio: “De fato, estou compreendendo que Deus não faz discriminação entre as pessoas. Pelo contrário, ele aceita quem o teme e pratica a justiça, qualquer que seja a nação a que pertença” (At 10,34-35).

Celso Loraschi
Fonte: Revista Vida Pastoral

quinta-feira, 26 de maio de 2016

A Eucaristia e Madre Antonia

A Eucaristia é o centro, a vida de nossa Igreja. A ela se ordenam todos os sacramentos e ministérios, é um assunto muito importante e uma realidade com a qual estamos acostumados a lidar. A Eucaristia é Ação de Graças e louvor ao Pai, fonte de caridade, Memorial da Nova Aliança. Presença de Cristo, sacramento, dos sacramentos.

Jesus disse: "Eu sou o pão vivo, descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente". Eucaristia é o nosso alimento espiritual, é o coração da vida da Igreja. Por seu sacrifício Jesus derrama as graças de salvação sobre toda a Igreja. É presença real de Cristo no meio de nós. Devemos nos preparar bem para receber a Eucaristia. É sustento para nossas forças ao longo desta vida, nos une a Maria Santíssima e a todos os santos.

Nossa Madre fundadora, Antonia Maria da Misericórdia, foi uma mulher de grande amor e devoção à Santa Eucaristia. Nas páginas dos documentos da Congregação das Irmãs Oblatas do Santíssimo Redentor, percebemos a admiração, presença forte e intimidade com Jesus Eucarístico, em todos os momentos de sua vida. "...Recomendo-lhes muito, e o faço de um modo especial, a Santa Comunhão. Ah! se vocês soubessem quantas graças perdem ao afastar-se desse banquete sagrado, (...) Como vocês querem sozinhas combater os combates da vida! Que Jesus sacramentado esteja sobre o coração de vocês como um escuto e o inimigo fugirá". ( Biblioteca história, Origens da Congregação Vol I. pág 347).
Seguindo o exemplo de Madre Antonia, como cristãos Católicos temos que ter um compromisso de fraternidade. A Eucaristia não é apenas expressão de comunhão na vida da Igreja; ela também é projeto de solidariedade. O cristão que participa da Eucaristia aprende dela a fazer-se promotor de comunhão, de paz, de solidariedade. 

Que a comunhão recebida seja para todos ocasião preciosa para uma renovada consciência do tesouro incomparável que Cristo confiou à sua Igreja. Recebendo o Corpo e o Sangue do Senhor, vivendo seus ensinamentos, aprofundemo-nos nesse sagrado mistério e possamos dizer como o apóstolo Paulo "Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim."

Texto com adaptações:
Fonte: Revista Akikolá (Trechos Pe. Macedo, C.Ss.R.)
Bíblioteca Histórica - Irmãs Oblatas Ssmo Redentor-
 Origens da Congregação Vol I
Site: Catequisar


quarta-feira, 25 de maio de 2016

Rezando com a Mãe Maria


Ave Maria cheia de graça, o Senhor é convosco, 
bendita sois Vós entre as mulheres, 
e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. 
Santa Maria, Mãe de Deus, 
rogai por nós pecadores, 
agora e na hora da nossa morte.
Amém.

terça-feira, 24 de maio de 2016

Eis a tua mãe

Estes dois versículos nos transportam para um momento singular. Na hora de passar deste mundo para o Pai, Nosso Senhor Jesus Cristo, volta, do alto da cruz, seu olhar bendito para sua mãe e para o discípulo que Ele amava. Confia um ao outro: o discípulo à mãe e a mãe ao discípulo. Nesse "discípulo amado", que muitos autores identificam com o próprio evangelista São João, todos nós, "discípulos amados de todos os tempos", estávamos representados. E foi a cada um de nós e à Igreja, no seu conjunto, que esta "mulher" foi entregue como "mãe".

A Tradição da Igreja ininterruptamente entendeu esta missão materna de Maria, que lhe foi confiada pelo próprio Pai. Missão essa exercida com relação ao Filho e, também com relação à Igreja. O Concílio Vaticano II, na Constituição Dogmática sobre a Igreja “Lumen Gentium”, retomou o ensinamento sobre a maternidade de Maria, referindo-a aos fieis cristãos, como podemos ver no n.62:“Por sua maternal caridade cuida dos irmãos de seu filho, que ainda peregrinam rodeados de perigos e dificuldades, até que sejam conduzidos à feliz pratia." A mesma “Lumen Gentium”, no n. 63, nos relembra que Maria é também “modelo para a Igreja” e retomando o ensinamento de Santo Ambrósio, afirma que Maria “é o tipo da Igreja na ordem da fé, da caridade e da perfeita união com Cristo”.

Na vida de cada cristão essa consciência da “maternidade de Maria” deve levar a duas atitudes concretas: a primeira delas é a tomada de consciência de que Maria, como Mãe, é também nossa intercessora junto a seu Filho; a segunda atitude consiste reconhecer que Maria é nosso “modelo”; contando sempre com sua pronta intercessão, sem esquecer-nos de que o único mediador é o nosso Cristo Senhor, recorremos a essa mãe, para que ela suplique conosco ao Filho pelas nossas necessidades. 

Não podemos nos esquecer deste aspecto fundamental da nossa devoção mariana - a saber - que ela é modelo para todos os cristãos. Sendo assim, devemos imitar suas virtudes. E que virtudes poderíamos enumerar? Seguem abaixo apenas algumas que podemos brevemente colher de algumas passagens das Escrituras Sagradas.


  • Maria é a mulher aberta à novidade de Deus, que sabe ouvir (obediente) e acolhe com fé a Palavra (cf Lc 1,38)
  • É Disponível para Deus e para os irmãos (cf. Lc 1,39)
  • É a Virgem portadora do Espírito (cf. Lc 1,41)
  • Maria é modelo de fé (cf. Lc 1,45), 
  • É a Mulher que guarda a Palavra de Cristo em seu coração (cf. Lc 2,51b) 
  • A mulher das dores (cf. Jo 19,25).

Peçamos ao Espírito Santo a graça de imitarmos em nossa vida o que foi a vida terrena da Virgem Santíssima, para que possamos ter um pouco da essência dela nas nossas vidas, e acima de tudo, que tenhamos firmeza espiritual, para estarmos de pé mesmo em meio às maiores cruzes da nossa vida, assim como esteve nossa boa Mãe, firme aos pés da cruz.

Padre Fábio Siqueira.
Texto com adaptações.
Fonte Jornal Testemunho de fé – maio de 2015.

domingo, 22 de maio de 2016

Reflexão do Evangelho (Jo 16,12-15)

O Espírito da verdade.

O texto faz parte do “livro da comunidade”, também conhecido como o “livro da glorificação” (Jo 13-17). Após o gesto do lava-pés, Jesus faz um longo discurso de despedida. De modo afetuoso, anuncia aos discípulos a sua partida iminente. É um discurso que possui caráter de testamento. De coração aberto, Jesus revela tudo o que recebera de seu Pai e demonstra a íntima relação entre ambos. Os discípulos, porém, demonstram incompreensão diante das palavras de Jesus. Apesar de conviverem com Jesus por um bom tempo, permanecem num estágio de imaturidade espiritual. São incapazes de apreender o sentido verdadeiro do testamento de Jesus. Necessitam de ajuda.

O texto faz, então, referência ao Espírito Santo, que dará prosseguimento à missão de Jesus. Ele instruirá os discípulos e os libertará das amarras que impedem o reconhecimento do Salvador. É o Espírito que conduz à verdade plena que é o próprio Jesus Cristo, Deus encarnado, conforme já havia anteriormente se revelado: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14,6). A verdade é, pois, a própria realidade divina manifestada no amor de Jesus, que entrega sua própria vida em resgate da vida de todos. Jesus reza para que os discípulos sejam santificados na verdade (17,17.19) e possam viver na perfeita unidade, assim como ele e o Pai são UM (17,21-23).

A comunidade de João demonstra a sua caminhada de amadurecimento na fé em Jesus Cristo. As novas circunstâncias que emergem do contexto ao redor do final do século I exigem novas reflexões e novas posturas. Cresce a compreensão a respeito de Jesus, de sua íntima relação com o Pai e de sua missão de amor neste mundo. Ilumina-se, com maior profundidade, o sentido da morte e ressurreição de Jesus. Ele veio “para que todos tenham vida e a tenham em abundância” (10,10). Os discípulos e discípulas são convidados a abrir-se às novas interpretações e exigências suscitadas pelo Espírito Santo no contexto histórico em que vivem. Prestar atenção no Espírito é assumir os desafios da história e viver, com novas expressões e novo ardor, o mesmo amor revelado em Jesus. As três pessoas divinas são manifestamente citadas no texto. Entre elas há perfeita comunicação e perfeito entendimento. Essa realidade divina, em toda a sua beleza e profundidade, é comunicada por Jesus aos seus discípulos.

O Pai deu tudo ao Filho; assim também o Filho dá a conhecer tudo o que recebeu do Pai aos seus filhos e filhas. Podemos aqui trazer presente o que são Paulo escreve: Todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. E vocês não receberam um espírito de escravos para recair no
medo, mas receberam um Espírito de filhos adotivos, por meio do qual clamamos: Abba! Pai! O próprio Espírito assegura ao nosso espírito que somos filhos e filhas de Deus. E, se somos filhos, somos também herdeiros: herdeiros de Deus, herdeiros junto com Cristo (Rm 8,16-17).

Celso Loraschi
Fonte: Revista Vida Pastoral

sábado, 21 de maio de 2016

Solenidade da Santíssima Trindade

Terminando o tempo pascal com a Solenidade de Pentecostes, a liturgia celebra a Santíssima Trindade. Após proclamar nos santos mistérios que o Pai entregou o Filho por amor ao mundo na potência do Espírito Santo e, no mesmo Espírito Eterno, o ressuscitou dos mortos para a nossa salvação, a solenidade de agora é um modelo que a Igreja encontra para louvar, engrandecer e adorar na proclamação exultante o amor sem fim da Trindade Santa.

Cristo nos revela a intimidade do mistério trinitário e o convite para que participemos dele. “Ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar” (Mt 11,27). Ele revelou-nos também a existência do Espirito Santo junto com o Pai e enviou-o à Igreja para que a santificasse até o fim dos tempos; e revelou-nos a perfeitíssima  unidade de vida entre as pessoas divinas (Jo 16,12-15).
Por ser o mistério central da vida da Igreja, a Santíssima Trindade é continuamente invocada em toda a liturgia. Fomos batizados em nome do Pai, e do Filho, e do Espirito Santo, e em seu nome perdoam-se os pecados; ao começarmos e ao terminarmos muitas orações, dirigimos-no ao Pai, por mediação de Jesus Cristo, na unidade do Espírito Santo. Muitas vezes ao longo do dia, nós cristãos repetimos: Glória ao Pai e ao Filho e ao Espirito Santo.

No entanto, contemplando Jesus ressuscitado, todo glorificado, todo divinizado na sua natureza humana por obra do Espírito de Deus, nós proclamamos com o Novo Testamento e todas as gerações cristãs, que o nosso Salvador, o nosso Jesus amado, é Deus bendito pelos séculos, enviado do Pai, que é Deus, para a nossa Salvação; enviado na potencia do Espírito que é também divino de divinizante, Paráclito que não é algo de Deus, mas alguém de Deus, uma pessoa na qual o Pai ressuscitou o Filho Jesus e, habitando em nós, dá testemunho da divindade do Pai e do Filho, enche-nos de vida divina, guia-nos, sustenta-nos, ilumina-nos.

A natureza divina está todinha no Pai, todinha no Filho e, ainda, todinha no Espírito Santo. A unidade em Deus é incompreensível, absolutamente perfeita e eterna. Assim sendo, em Deus não há três vontades iguais, mas uma só vontade; não há três poderes iguais, mas só um poder, não três consciências iguais, mas uma só consciência. Mais uma vez: Deus é absolutamente UM! E, no entanto as três pessoas são absolutamente diversas: só o Pai gera, só o Filho é gerado, só o Espirito é a própria geração; só o Pai é o amante, só o Filho é o amado, só o Espirito é o amor.

Neste amor que circula de modo eterno, perfeito e feliz, o Pai, eterno amando, tudo criou através do Filho eterno amado, na potência do Espírito Santo, eterno amor. Viemos do Pai, pelo Filho, no Espírito; vivemos no Pai pelo Filho no Espirito, Trindade Santa,  nossa vida e plenitude eterna. É assim que os cristãos confessam o seu Deus como eterno amor, amor vivo e circulante que, gratuita e livremente, se derrama sobre o mundo e sobre a nossa vida.

Por isso, podemos dizer que Deus é amor e, quem não ama, não conhece a Deus! E toda esta vida divina, amados, nos é dada desde o Batismo, quando fomos mergulhados no nome do Pai do Filho e do Espirito Santo; e cresce em nós a cada dia, nos sacramentos e na vida  cristã, preparando-nos para nosso destino eterno: plenos do Espírito, sermos totalmente inseridos no Cristo e n’Ele configurados, para contemplar eternamente o Pai!

Cardel Don Orani Tempesta- Arcebispo do Rio de Janeiro.
Fonte: Jornal Testemunho de fé 2015.

sexta-feira, 20 de maio de 2016

Ave cheia de graça, o Senhor é Contigo

No Evangelho de Lucas, a alegria é um tema fundamental. Já no primeiro capítulo, narra-se o contentamento de Zacarias ao saber do nascimento de João Batista (Lucas 1,14). No entanto, é no versículo “Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo” (Lucas 1,28) que encontramos o sentido pleno de “alegria”.

Na raiz grega da palavra, chaíro, pode-se traduzir o cumprimento “ave” como “Alegra-te”. Por meio dessa saudação, o Mensageiro do Senhor introduz seu diálogo com Maria. O significado dessa alegria está diretamente relacionado à sua causa; trata-se do deleite de participar do projeto de Deus. É uma alegria que está acima das emoções, sentimentos e conflitos corriqueiros.

Maria terá momentos de tristeza, preocupação, duvidas, até mesmo “uma espada atravessará seu coração” poder conta da opção que fez e da vocação que acolheu. Mas a sua satisfação, no âmbito das bem-aventuranças, permanecerá imutável, porque tem consciência de sua comunhão com Deus. Maria alegra-se em Deus; o entusiasmo brota da sua fé, fruto do Espírito e do testemunho da grandeza de Deus, agindo na pequenez humana (Filipenses 1,25; Romanos 15,13; Gálatas 5,22).

O Mensageiro, após a saudação, dirige-se a ela com a expressão “cheia de graça”, ou seja: cheia de cháris, um favor concedido gratuitamente, um dom outorgado por benevolência. A tradução grega apresenta-nos a palavra no particípio, sugerindo que a cháris opera em Maria continuamente. Ela não somente permite a ação divina com também colabora.

Embora não tenham sido os atributos mariano que a fizeram merecedora de tal graça, mas sim o olhar de Deus sobre sua pessoa, a humildade de Maria  foi uma das condições prévias para o despertar do cháris perante o olhar divino. Esse favor recebido, proveniente de um único  doador, refere-se à força que emana do Espírito para acompanha-la na missão que assume. Devido á graça concedida, Maria pode contemplar os mistérios de Deus. Isso a impulsiona a correr até a casa de Isabel e compartilhar as maravilhas que ultrapassam o intelecto humano. A alegria mariana converte-se em ambiente teológico, vivenciado até mesmo pelo filho da sua prima, que estremece no ventre de sua mãe. (Lucas 1,44).

No entanto, o mais importante da frase que dá título de tal alegria: “O Senhor é contigo”. Na análise gramatical e teológica, a oração comunica que o Senhor teve a iniciativa de compartilhar com Maria uma experiência salvadora: “permaneceram juntos”, “esteve junto a ela”, “ao seu lado”, “em uma relação de proximidade”. O tempo de Jesus será o tempo dessa alegria profunda, que é obedecer a vontade de Deus. Esse é o fundamento que marcará, dali em diante, a origem da alegria cristã. A tradição Paulina bem recomenda: “Vivei sempre contentes. Orai sem cessar” (1 Tessalonicenses 5,16).

A meditação do Rosário nos introduz na contemplação dos mistérios na História da humanidade, leva-nos a sintonizar a alegria mariana e a buscar as origens de nossa própria alegria. O contentamento de Maria não é um regozijo alienante, mas comprometido coma vida e a dignidade dos pobres, como bem recorda o Magnificat. Maria nos anima a buscar enfaticamente o fundamento da nossa alegria. Ao mesmo tempo, nos ajuda a localizar qual deve ser a origem de nossos sofrimentos: a causa do Reino. O Rosário meditado é uma vitamina fecunda que convida todos os cristãos a perseverar com paciência em sua missão. A alegria da graça que habita em nós não nos isenta das tribulações, mas nos cobre de força.

Maria, por meio da sua humildade, nos evangeliza, especialmente em tempos nos quais a vaidade e a arrogância são vistas com olhos complacentes. Nossa Mãe nos dá exemplo de personalidade maturidade na fé, mas ao mesmo tempo, nos aponta o caminho para andarmos sem invadir o espaço de Deus.

Ángela Cabrera, mdr
Fonte: Revista Ave Maria- 04/2013.

quinta-feira, 19 de maio de 2016

Louvando a Mãe Maria

Cubra-me com seu manto de amor
Guarda-me na paz desse olhar
Cura-me as feridas e a dor me faz suportar.
Que as pedras do meu caminho
Meus pés suportem pisar
Mesmo ferido de espinhos me ajude a passar.

Se ficaram mágoas em mim
Mãe tira do meu coração
E aqueles que eu fiz sofrer peço perdão
Se eu curvar meu corpo na dor
Me alivia o peso da cruz
Interceda por mim minha mãe junto a Jesus.

Nossa Senhora me de a mão
Cuida do meu coração
Da minha vida do meu destino
Nossa Senhora me dê a mão
Cuida do meu coração
Da minha vida do meu destino
Do meu caminho
Cuida de mim.

Sempre que o meu pranto rolar
Ponha sobre mim suas mãos
Aumenta minha fé e acalma o meu coração
Grande é a procissão a pedir
A misericórdia o perdão
A cura do corpo e pra alma a salvação.

Pobres pecadores oh mãe
Tão necessitados de vós
Santa Mãe de Deus tem piedade de nós
De joelhos aos vossos pés
Estendei a nós vossas mãos
Rogai por todos nós vossos filhos meus irmãos

Nossa Senhora me de a mão
Cuida do meu coração
Da minha vida do Meu destino
Do meu caminho
Cuida de mim...

Roberto Carlos - Nossa Senhora

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Coração Modelado pelo PAI

Na Exortação Apóstólica pós-Sinodal Verbum Domini, Bento XVI afirma que Maria teve a vida totalmente modelada pela Palavra: "Maria se sente verdadeiramente em casa na Palavra de Deus, dela sai e a ela volta com naturalidade". Ter um coração modelado por Deus significa, sob a ótica da espiritualidade e da mística cristã, ter os mesmos sentimentos do Altíssimo, caminhar ao lado d'Ele, realizar sua vontade, depositar em seu coração a própria vida com  naturalidade e adoração, deixar Deus conduzir sua história de modo que a fé guie toda a existência da pessoa.

Essa entrega consciente foi marcante na pessoa da Virgem Maria. Todo o seu ser foi modelado por Deus como argila nas mãos do oleiro. Essa imagem do oleiro é muito significativa para quem quer entender o processo de formação humano e cristão. Deus, na sua infinita generosidade, constrói o homem e lhe sopra o vento da vida.

Deus toma sua criatura nas mãos e, com o coração ardente, unge os filhos com os mais diversos dons. Deus forma cada um segundo seu querer; assim foi com a pessoa de Maria. Embora sendo predestinada à história da salvação, Maria coloca-se sob o amparo de Deus e deixa que Ele a conduza. Em momento algum, ela duvidou da graça de Deus, pois sendo observante dos mandamentos, tinha a convicção de que o melhor em sua vida só poderia vir d'Ele.

Maria foi formada na pedagogia da Palavra divina, sendo ela mesma o sacrário vivo onde o Verbo habitou. A Palavra Encarnada fez dela a Mãe por excelência: da alegria e da dor, da crus e da ressurreição. Maria é formada na humanidade e passa por todas as situações humanas que muitas vezes aterrorizam o coração dos homens. Porém há uma grande diferença entre ela e nós: a fé. Nem sempre nossa fé é sólida, capaz de suportar as atrocidades da vida. Nem sempre estamos convictos deste poder transformador em nossas vidas e nem sempre recorremos  a Deus com o coração puro. Mas Maria, sim, sempre acreditou. Ela é  a mulher da fé, e, mesmo com a espada de dor transpassada, nunca deixou de amar Deus, nunca deixou a fé, nunca se revoltou ou se escondeu.

Assim, a doutrina cristã vivida por maria é sempre atual, para que o homem novo também seja moldado pela Palavra. Cristo, a Palavra viva, é sempre a consumação da nossa alegria. Caminhar com Ele, saindo da Galileia e partindo para Jerusalém numa peregrinação de fé, é buscar incansavelmente nos caminhos da nossa história, por onde quer que estejamos, a força de Deus que molda nosso coração na Verdade e pal Vontade de Deus. Eis o grande segredo para a escuta atenta de Cristo e a graça da autêntica entrega a algo que  realmente dê sentido à vida.

O Coração de Maria foi moldado e é modelo para nosso itinerário cristão de fé. Sintamos-nos enviados a crescer na entrega total ao Verbo.

Padre Nilton Boni, cmf
Revista Ave Maria - Abril 2013

domingo, 15 de maio de 2016

Reflexão do Evangelho (Jo 20,19-23)

A paz, dom do Ressuscitado.

O texto se inicia indicando o dia em que Jesus ressuscitado se manifestou aos discípulos. O primeiro dia da semana tem ligação com o primeiro dia da criação. Portanto, a ressurreição de Jesus marca uma nova criação. A situação em que se encontram os discípulos, trancados e com medo, será transformada com a presença de Jesus no meio deles. A alusão à hora do dia (ao anoitecer) guarda relação com o momento em que os discípulos enfrentam forte tempestade na travessia do mar. Jesus vem ao seu encontro, caminhando sobre as águas, e manifesta seu poder de salvação (cf. 6,16-20). Percebe-se que João retrata a situação em que se encontram as comunidades cristãs ao redor do ano 100: atemorizadas e escondidas devido à hostilidade e perseguição tanto da parte do império romano como de grupos judaicos. 

Jesus jamais abandona os seus, como havia prometido: “Não vos deixarei órfãos” (14,18). Ele se põe no meio deles como o doador da paz. A fé em Jesus, presente no meio da comunidade, garante a superação do medo e da insegurança que estagnam. Ele é o centro ao redor do qual se forma a comunidade. Ele é o fator de união e de garantia da paz. Já havia anunciado em seu discurso de despedida, antes de sua morte: “Eu vos disse essas coisas para terdes paz em mim. No mundo tereis muitas tribulações, mas tende coragem: eu venci o mundo” (16,33). Ao mostrar-lhes as mãos e o lado, Jesus lhes revela os sinais de seu amor vitorioso. Nenhuma força será capaz de destruir a vida, pois a morte foi vencida definitivamente. Ao verem o Senhor, os discípulos enchem-se de alegria e recobram o ânimo.

A paz, a alegria e a coragem deverão acompanhar os apóstolos na missão que recebem do Senhor Jesus. Deverão seguir o exemplo do Mestre, que cumpriu fielmente a missão recebida do Pai. A fidelidade à missão, porém, não se deve à boa vontade dos enviados. Deve-se, sim, à ação do Espírito
Santo. O sopro de Jesus sobre os discípulos lembra o sopro de Deus nas narinas do primeiroser humano, infundindo-lhe a vida. O Espírito cria uma nova condição: a vida divina nos discípulos lhes garante a capacidade de amar como Jesus amou. É um amor que liberta o mundo de todo o pecado, o
qual, para João, representa a ordem social baseada na opressão e na injustiça. O Espírito Santo, que age por meio dos seguidores de Jesus, oferece todas as condições para o estabelecimento da paz, da justiça e da fraternidade no mundo.

Celso Loraschi
Fonte: Revista Vida Pastoral

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Recebei o Espírito Santo

Em nossa liturgia anual, estamos vivenciando momentos importantes de nossa fé. Festa de Pentecostes e “Corpus Christi”. O Espírito é quem nos recorda os caminhos de Jesus. Não nos deixa perder essa memória. Somos fortes, fiéis, corajosos em nosso testemunho diário porque Deus nos motiva e nos anima. Não caminhamos sozinhos. Ele vai conosco. 

A Eucaristia é presença que alimenta. Lugar do encontro da comunidade que se compromete com Aquele que Vive. Na força do Espírito e alimentados pela Eucaristia, somos revestidos do próprio Cristo para construir um mundo mais fraterno, mais solidário. Animados e animadores. Fortificados e fortificadores.

Nossa convicção é essa: é possível recriar as coisas, a vida, nosso ser. Lá onde o fracasso parece dominar, somos portadores de uma esperança redentora. O Deus que nos cria nos dá também a força de recriar. E quantas situações em nossa vida precisam desse toque de novidade! Já pensou nisso? Sejamos artífices, artistas de nosso cotidiano.

Que essa convicção, fortaleça em nós o gosto pelas coisas de nossa vida e de nossa fé. “Evidentemente, sois uma carta de Cristo, entregue ao nosso ministério, escrita não com tinta, mas com o Espírito de Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, nos corações”. (2Co 3,3).
Pe. Vicente de Paula Ferreira, C.Ss.R
Revista Akikolá 

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Salve Padre Serra

No dia 11 de Maio, nós Irmãs Oblatas do Santíssimo Redentor, celebramos o aniversário de nascimento de nosso Fundador. Em unidade, vamos louvar ao Senhor por este momento especial em nossa Congregação, através deste poema:


segunda-feira, 9 de maio de 2016

Maria, Mãe de misericórdia

No dia 8 de dezembro passado, o Papa Francisco  abriu o "Jubileu extraordinário da Misericórdia". Trata-se de um ano Santo, para que os cristãos celebrem, com intensidade, a bondade e a compaixão de Deus. Na bula na qual ele nos convoca a participar do Ano da Misericórdia, Francisco dedica alguns parágrafos à Mãe de Jesus. Vamos ler com carinho:

"O pensamento volta-se agora para a Mãe da Misericórdia. A doçura do seu olhar nos acompanhe neste Ano Santo, para podermos  todos  nós redescobrir a alegria da ternura de Deus. Ninguém , como Maria, conheceu a profundidade do mistério de Deus feito homem. Na sua vida, tudo foi plasmado pela presença da misericórdia feita carne. A Mãe do Crucificado Ressuscitado entrou no santuário da misericórdia divina, porque participou intimamente no mistério  do seu amor.

Escolhida para ser a Mãe do Filho de Deus, Maria foi prepara desde sempre, pelo amor do Pai, para ser Arca da Aliança entre Deus e os homens. Guardou, no seu coração, a misericórdia divina em perfeita sintonia com seu Filho Jesus. O seu cântico de louvor, no limiar da cada de Isabel, foi dedicado à misericórdia que se estende "de geração em geração" (Lc 1,50). Também nós estávamos presentes naquelas palavras proféticas da Virgem Maria. Isto nos servirá de conforto e apoio no momento de atravessarmos a Porta Santa para experimentar os frutos da misericórdia divina.

Ao pé da cruz, Maria, juntamente com João, o discípulo do amor, é testemunha das palavras de perdão que saem dos lábios de Jesus. O perdão supremo oferecido a quem O crucificou mostra-nos até onde pode chegar a misericórdia do Filho de Deus não conhece limites e alcança a todos, sem excluir ninguém .

Dirijamos-Lhe a oração, antiga e sempre nova, da Salve Rainha, pedindo-Lhe que nunca se canse de volver para nós os seus olhos misericordiosos e nos faça dignos de contemplar o rosto da misericórdia, seu Filho Jesus (MV 24)." 

Irmão Afonso Murad, Marista
Fonte: Revista de Aparecida, janeiro 2016

domingo, 8 de maio de 2016

Reflexão do Evangelho (Lc 24,46-53)

A bênção de Jesus.

No Evangelho de Lucas, percebemos que todos os fatos acontecidos após a morte de Jesus se realizam no mesmo dia. Em Atos, Jesus ressuscitado permanece 40 dias entre seus discípulos, ensinando-lhes coisas referentes ao Reino de Deus. Teologicamente, o tempo de um dia ou de 40 dias tem o mesmo significado: é o tempo propício concedido aos discípulos para serem testemunhas qualificadas de Jesus Cristo ressuscitado. Esse testemunho inaugura um novo tempo e deverá
ser irradiado para o mundo inteiro. Para essa missão, eles precisam ser preparados. É por isso, então, que Lucas enfatiza a preocupação de Jesus em “abrir a mente” (v. 45) dos discípulos a fim de que entendam as Escrituras.

Aprofunda a tarefa catequética de Jesus, já demonstrada no episódio dos dois discípulos a caminho de Emaús (24,13-35). Parece insistir na necessidade de uma retomada dos textos do Primeiro Testamento à luz do evento Jesus de Nazaré. Assim, tudo ficará esclarecido a respeito do Messias, o Salvador. De fato, entre os apóstolos, bem como entre as comunidades cristãs, o processo de entendimento da pessoa de Jesus e de adesão profunda ao seu projeto não foi tão tranquilo como se pode pensar à primeira vista. É o que se percebe pelas reações dos discípulos diante das aparições de Jesus ressuscitado: os de Emaús caminham um longo trecho sem reconhecê-lo, pois eram “lentos de coração para crer no que os profetas anunciaram” (24,25); ao apresentar-se aos onze, desejando-lhes a
paz, eles ficaram “tomados de espanto e temor, imaginando que fosse um espírito”, além de “perturbados e cheios de dúvidas em seus corações”, a ponto de Jesus insistir para que o apalpassem e entendessem (cf. 24,36-40).

Diante dessas dificuldades, Jesus lhes anuncia o que o Pai prometeu: a força do alto. Enquanto isso não acontece, pede-lhes que permaneçam em Jerusalém, que, para Lucas, tem uma importância teológica muito especial, pois aí se deu o acontecimento salvador mediante a morte e ressurreição de Jesus.  A partir desse espaço, a proclamação do arrependimento e da remissão dos pecados atingirá o mundo inteiro: é a boa notícia da salvação oferecida a toda a humanidade. Lucas, porém, distingue a Jerusalém teológica da cidade em seu sentido político-econômico, com suas instituições opressoras.
Não é por acaso que Jesus os tira dessa cidade e os leva a Betânia. Isso lembra o êxodo do povo de Israel, tirado da escravidão do Egito. É em Betânia que ele os abençoa enquanto se eleva ao céu. As pessoas aí abençoadas tornar-se-ão portadoras da bênção divina a todos os povos.

Celso Loraschi
Fonte: Revista Vida Pastoral

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Como Maria Educou Jesus

Quando Deus pensou em salvar o mundo, enviou seu Filho como Salvador. Escolheu a Virgem Maria, mulher de fé e de total disponibilidade à sua Vontade , para realizar o seu Plano, tornando-a Mãe de seu Filho. Diante do apelo de Deus na anunciação, sua resposta foi "SIM". Deus pensou também na importância da família (lc 1,26-31.35.38).

Em Lucas 2,7, vemos Maria envolvendo seu filho recém-nascido em faixas, como fazia toda mãe. O Filho de Deus tem sua glória oculta em faixas! Nada de extraordinário, nada de esplendor! Jesus era uma criança divina, mas ao encarnar assume a fragilidade humana: o Filho do Altíssimo, frágil e pequenino nos braços de uma jovem de Nazaré.

Maria tem de exercitar sua fé não só diante daquela criancinha, mas durante toda a sua vida. Com o seu SIM, Maria assume a missão de mãe, educadora. São José, seu esposo, também colaborou com a ela. Certamente teve grande influencia na formação da personalidade de Jesus, através do testemunho de sua vida.

Na perda de Jesus no templo, Maria questionou seu filho: "Filho, por que fizeste isso?". Ela não entendeu a resposta de Jesus, mas guardou as palavras em seu coração. E o Evangelho continua: "voltando para casa, Jesus crescia em estatura, graça e lhes era submisso" (Lc 2,48-52). Jesus estava sempre atento aos desejos de seus Pais. Basta lembrar as Bodas de Caná, em que Ele fez questão de ceder à vontade de sua Mãe e salvar a festa (Jo 2,1-10)!

Pelas atitudes de Jesus em sua vida (com José!) cumpriu muito bem sua missão de mãe, formando um homem piedoso, corajoso, coerente, bondoso, simples e muito atento às necessidades de outros, sobretudo dos mais carentes e marginalizados. Um homem sempre obediente á Vontade de Deus.
Maio é o mês consagrado à Virgem Maria. Nele também se comemora o "Dia das Mães". É nos braços maternos que a criança vai adquirindo e crescendo na fé, no amor e na responsabilidade.
Que a Sagrada Família de Nazaré seja o modelo a seguir na construção de um lar cristão!

Ir. Luisa Maria Barreto Valle, ISJ 
Fonte: Revista mensageiro do Coração de Jesus
Maio 2014



terça-feira, 3 de maio de 2016

Bendita Mãe de Deus, Mãe de Misericórdia!

Como a aurora, assim é a salvação de Deus para toda a humanidade. Silenciosa de um extremo ao outro da terra, num lugar  sem importância ou onde só há lugar para Deus morar, numa cada humilde e num coração em que não cabe mais nada, senão o amor e a vontade divina, o Anjo Gabriel, com toda a alegria, dá uma grande notícia: "Tu és escolhida, tu és plena de graça, tu és bendita entre todas as criaturas!".

Quem será capaz de explicar tal mistério divino? Por mais que pelejem, ninguém é capaz de adentrar o mistério inefável, que não se pode expressar com tudo  o que há de humano , pois é eterno, é amor sem fim, é luz que não se apaga.

A nós, frágeis criaturas, cabe apenas aceitar o mistério de amor que, tão grande, se faz humilde, se faz humano, na escolha da mais bela criatura, a Virgem imaculada, a fina Flor de Israel e Mãe do Belo Amor.

Assim aprouve ao Senhor nos manifestar a sua Aliança, com elos eternos de misericórdia. Quem quiser explicar será apenas um aventureiro, que irá peregrinar pelo mundo inteiro e se encontrará sozinho, como num deserto  a lastimar. Não há razão que alcance a imensidão de um amor sem fim, presente na humilde  Senhora, a Virgem de Nazaré. Não há temporalidade capaz de penetrar a eternidade. Mas a eternidade, que é Deus, seu amor, sua bondade misericordiosa, penetra nossa existência, expande-se e contagia nossa temporalidade. Deus é a grande descoberta na história de nossos dias. Deus se apresenta a nós de mãos vazias, para nos acolher e nos trazer para dentro de seu Coração, sempre carregado de amor e de misericórdia.

O Senhor olha para a mais bela e simples criatura e confirma: "Ela é minha escolhida!" É Maria, a Mãe de Deus, porque é a Mãe de Jesus!

Maria, Mãe de Deus e nossa, despertai-nos para o gosto de viver e nada exigir, senão o desejo, e somente ele, de cumprir em minha vida a vontade divina.
Amém!

Texto com Adaptação.
Pe. Ferdinando Mancilio, C.Ss.R.
Revista de Aparecida - Jan 2016

domingo, 1 de maio de 2016

Feliz Dia do Trabalho!


Reflexão do Evangelho (Jo 14,23-29)

Ser humano, morada de Deus

A redação do Evangelho de João se dá ao redor do ano 100. Constitui uma reflexão pós-pascal das comunidades joaninas. O texto deste domingo faz parte do discurso de despedida de Jesus aos seus discípulos. Percebe-se íntima relação entre Jesus e Moisés. Assim como Moisés fora enviado para guiar o seu povo rumo à terra prometida, Jesus foi enviado por Deus para dar a vida à humanidade. 

Assim como Deus se manifestou no Êxodo por meio de dez sinais, Jesus realiza sete sinais libertadores. Assim como Deus revelou, por meio de Moisés, os Mandamentos como estatutos para
o povo de Israel, Jesus revela o Mandamento do Amor, estatuto do novo povo de Deus, conforme
o texto do domingo passado. Há, porém, uma novidade radical, sintetizada no texto da liturgia de hoje. É fruto da experiência de fé, ao longo da caminhada das comunidades joaninas, que iluminou a compreensão da pessoa e da proposta de Jesus: ele e o Pai vivem intimamente unidos. O que Jesus diz e faz é a própria expressão de Deus Pai. Jesus e o Pai são UM. A intimidade amorosa entre ambos
estende-se às pessoas que praticam o amor.

Nelas Deus faz sua morada. O mesmo foi dito do Espírito Santo (v. 17). Então, a pessoa que crê torna-se morada da Trindade. Cumpre-se a antiga promessa da habitação de Javé no meio de seu povo: “Estabelecerei a minha habitação no meio de vós e não vos rejeitarei jamais. Estarei no meio de vós, serei o vosso Deus e vós sereis o meu povo” (Lv 26,11s). Em João, porém, é ainda mais profundo: a habitação divina não se dá apenas “no meio”, mas “dentro”. É uma experiência única e maravilhosa.

A comunidade cristã, portanto, é a expressão viva de Deus-Amor. As pessoas participantes ouvem a sua Palavra, que é o próprio Jesus feito carne, presente no meio delas. O Espírito Santo, dom do amor de Deus, recorda todos os ensinamentos de Jesus. Como ouvintes e praticantes da Palavra, unidas na fé e no amor, as comunidades cristãs transformam-se num espaço da paz e da alegria de Deus. O termo “paz”, na Bíblia, expressa a síntese dos bens necessários para uma vida plena, tanto temporais
como espirituais.

Celso Loraschi
Fonte: Revista  Vida Pastoral - maio 2016