quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Ser Missionária Oblata - Por Ana Paula Assis

“Vivemos esperando o dia em que seremos melhores…
 Melhores no amor, Melhores na dor… Melhores em tudo…” 
                                                                                                     Rogério Flausino

Parafraseando a canção “Dias Melhores”, começo assim a dizer o que é ser missionaria Oblata, ou melhor, partilho como  venho vivendo  o ministério que me é confiado dia a dia como missionaria Oblata.

Provavelmente estão perguntando o que tem a ver missão com esta música. Muito bem, acredito que todo ser humano (homem e mulher) tem um chamado a missão, quando cristão e essa missão se torna um compromisso no seguimento de Jesus e no anúncio do Reino.

Jesus era missionário e assume sua missão dizendo para que veio;( Lc 4,18… O Espírito do Senhor esta sobre mim…) Ao enviar seus discípulos também diz: vai e anuncia a toda criatura (Mc 16,15)
Se acreditarmos que somos parte do discipulado de Jesus, temos a missão de continuar o anuncio do Reino, é verdade que algumas pessoas têm o chamado especifico dentro da Vida Religiosa Apostólica para viver a missionar, e o chamado dos leigos consagrados é um chamado mais particular. Todavia anunciar o reino é o dever de todo cristão. Ser testemunha de Jesus Cristo é ser missionário. E neste momento penso que é valido refletir as palavras de Papa Francisco: “anunciem Jesus com a Vida e se necessário com palavras”.

Após contextualizar um pouco volto à canção e digo: Minha missão como Oblata é ser melhor, não apenas como religiosa no Projeto de Missão, nos trabalhos de campo, na vida comunitária... Mas no ordinário da vida, o desafio de missionar diante da dor de quem é privado da sua liberdade, tem os direitos negados por um sistema corrupto e uma sociedade conivente.

Ser melhor não para me engradecer e dizer, ‘nossa eu sou a melhor’, mas ser melhor no sentido de que a mulher que passa por nossos projetos sinta que ali nós a proporcionamos o melhor como acolhida, devolvemos a ela o direito de voltar a sonhar e a acreditar que é uma pessoa e que tem um potencial.

Estamos vivendo uma parte da historia onde temos urgentemente necessidade de sermos melhores, precisamos ser pessoas melhores no comum da vida, melhores no nosso jeito de anunciar a esperança, na nossa luta pela justiça, na vivencia do amor, na partilha do cuidado, no silencio diante da dor e na alegria da utopia da paz que tanto almejamos.

Ser missionário às vezes fica muito longe quando pensamos que vamos a outras terras, para anunciar a Cristo, quando pensamos na conversão da humanidade, a missão fica dirigida aos outros, aos supostos escolhidos, aos grupos religiosos e nos insertamos de pensar que não estamos fazendo nossa parte.

Quando penso que ser missionário é ser com e onde estou, exige que eu faça algo, minha ação faz a diferença, quando vivo a solidariedade e o compromisso de ser responsável nas pequenas coisas, no anúncio silencioso de um sorriso, um olhar minucioso, uma escuta disponível, assim acontece à missão.

Trazemos uma grande necessidade de voltar à fonte, de olhar a vida por outro ângulo, nosso testemunho independente do credo religioso precisa ser de pessoas que se respeitam, que se cuidam, buscam o bem comum, a falta de paz e também a falta de justiça.

Encerro este texto dizendo a grande frase de um homem que eu acredito ter vivido sua missão e certamente nos serve de modelo, provavelmente essa frase sê vivida nos faria verdadeiros missionárias e missionários, e acreditem todos nós seriamos mais felizes.


O que querem que os outros lhe façam, faça vocês aos demais. Mt 7,12.

 Dias Melhores para sempre...

Ana Paula Assis, noviça Oblata


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