sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Há 82 anos nós mulheres brasileiras conquistamos o direito ao voto.

Em 24 de fevereiro relembramos uma das primeiras 
conquistas das mulheres no Brasil, o direito ao voto! 

Muitos anos já se passaram e ainda lutamos 

por mais conquistas femininas.

 No artigo abaixo, Rosilene Costa, assistente social 

da Unidade Antonia, nos fala sobre os trabalhos 
realizados com as mulheres atendidas na questão política.



Mulher em Situação de Prostituição: uma cidadã com Direito Político!
                                                                                            Por: Rosilene Costa

As atividades desenvolvidas nas Unidades da Rede Oblata consideram o contexto vivencial de cada mulher, mas também o recorte da história e conquista do coletivo feminino. Desta forma, utilizamos alguns temas que fazem parte da vida cotidiana, como: saúde, educação, política, moradia, entre outros para debater, refletir e compartilhar com as mulheres e assim motiva-las no desenvolvimento da reflexão crítica que as levem ao empoderamento como cidadã de direitos.

Nesse sentido, este ano de 2014 em que o Direito Político  conquistado pelas mulheres (24/02/1932) está na fase da terceira idade, em seus 82 anos com avanços significativos, faz-se necessário uma reflexão sobre seu significado em relação à participação política e nos espaços de controle social . Vale ressaltar que estamos tratando de uma mulher específica que se encontra em situação de prostituição, além de ser cidadã, mãe, filha, esposa, irmã e algumas são até avós, entre outros papéis que a mesma desempenha no decorrer de sua história.

É perceptível que a mulher vem conquistando espaço nas esferas da política no Brasil, como: ministérios, secretarias e até mesmo a Presidência da República, nosso exemplo é de Dilma Rousseff, esses lugares (pastas) eram ocupados por homens e eles ainda são a maioria, porém essa configuração lentamente esta mudando.

Destacamos que nosso trabalho é desenvolvido para mulheres que trazem uma determinada postura estigmatizada e discriminada pela sociedade e por si própria, pois a cultura brasileira está arraigada de tradições e da moral machista inerente ao patriarcado e provavelmente das relações sociais (família, trabalho, amigos), onde essas mulheres foram criadas e vivem até hoje.  Imagine no contexto dos direitos, e particularmente no direito político que atribui à participação nos processos de discussão social, além de votar e ser votada.

Lidamos com pessoas que em sua maioria “não sabem que têm direitos”, quanto mais à importância da escolha de alguém que as representem (politicamente) para responder as demandas básicas trazidas por elas. Eis um de nossos desafios – sensibilizar as mulheres para participação política! 

Nos encontros com as mulheres em situação de prostituição, seja no acolhimento, roda de conversa, atendimento individual ou em grupo, abordagens a campo e formação para cidadania, aproveitamos a oportunidade para abordar alguns temas e a política está entre eles. Realizamos momentos de reflexão com assuntos do dia-a-dia com a intenção de despertar o interesse pela participação nos espaços de política e controle social, para que elas escolham seus candidatos e assim possam cobrar e fiscalizar as promessas feitas em campanhas em ano eleitoral.

Portanto, temos a incumbência de levar a essas mulheres informações e orientações que possam contribuir para o desenvolvimento e fortalecimento de sua cidadania, as quais estão respaldadas pela Constituição Federal de 1988 tendo como foco central a dignidade da pessoa humana.

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[1] Direito ao voto feminino pelo Decreto Lei nº 21.046 de 24 d fevereiro de 1932.
[1] O controle social é a participação do cidadão na gestão pública, na fiscalização, no monitoramento e no controle das ações da administração pública no acompanhamento das políticas, um importante mecanismo de fortalecimento da cidadania (Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome - MDS).

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